A Igreja em Células é
uma Igreja de duas asas:
A Igreja em Células desenvolve-se
na celebração do grupo grande e na comunidade de pequenos grupos. As pessoas
experimentam:
v
A grandeza de Deus e a intimidade de Deus.
Um movimento espantoso
A Igreja em Atos cap. 2 era capaz
de:
v
Vencer a perseguição, penetrar o mundo, preparar
os santos, mudar a sociedade, adorar, edificar-se a si mesma e treinar líderes.
Como isso era possível?
v
Vinho
especial: A presença de Cristo (Atos 2:17-21; 25-28)
v
Odres
especiais: comunidade de grupo grande e grupos pequenos
v
Atos 2:46; 5:42 – “no templo e de casa em casa”
v
Atos 20:20 – “publicamente
e de casa em casa”.
Uma parábola da Igreja
de duas asas
Era
uma vez uma Igreja criada com duas asas. Uma asa era para a celebração em
grandes grupos e a outra era para a comunidade dos grupos pequenos. Utilizando
ambas as asas, a Igreja conseguia voar alto e se aproximar da presença de Deus
e ainda sobrevoar graciosamente toda a terra, preenchendo o propósito do
Criador.
Um
dia, uma enciumada e malvada serpente, que não tinha asa alguma, desafiou a
Igreja a voar apenas com a asa do grupo grande. A serpente aplaudiu
efusivamente quando a Igreja conseguiu levantar vôo (mesmo que de forma
desajeitada) e ele a convenceu de que, com muito exercício, ela conseguiria
voar utilizando apenas uma asa. (Isto aconteceu durante o reinado de
Constantino, 300 anos depois de o Criador ter usado a Igreja de duas asas para
frustrar os planos da serpente malvada que não tinha asas.)
A
asa do grupo pequeno se tornou cada vez mais fraca, por falta de exercício, até
atrofiar e tornar-se um apêndice sem vida e sem utilidade, ao lado da asa
exagerada do grupo grande. A Igreja de duas asas que havia planado nas maiores
alturas, tornou-se agora uma Igreja de uma asa, um pouco melhor do que a
serpente que não tinha asa alguma.
O
Criador da Igreja ficou muito triste. Ele sabia que o projeto de duas asas
permitia que a Igreja voasse aos Céus, até à Sua presença e obedecesse aos Seus
comandos na terra. Agora, com apenas uma asa, a Igreja tinha que fazer um
esforço extra para conseguir levantar vôo. Mesmo dando um jeito de permanecer
alada, ela tendia a voar em círculos não muito longe do seu ponto de partida.
Gastando mais e mais tempo na segurança e no conforto da sua gaiola, ela ficou
gorda, preguiçosa e satisfeita com sua vidinha terrena.
De
vez em quando, a Igreja lembrava que já havia voado com duas asas e sonhava com
a possibilidade de fazê-lo novamente. Mas agora a poderosa asa do grupo grande
se tornou tão dominante que não aceitava nenhum tipo de auxílio da parte mais
fraca. Era tarde demais. O Criador finalmente construiu uma nova Igreja de duas
asas. Ele tinha, outra vez, uma Igreja que podia voar até Sua presença e
sobrevoar a terra cumprindo os Seus propósitos (Bill Bechmam).
TEOLOGIA BÍBLICA PARA UMA IGREJA EM CÉLULAS
Uma Igreja em
células está baseada no fato de que Deus nos moldou para viver em comunidade.
Definição
de comunidade: “Vida em parceria com outros”.
v
Pessoas que prestam contas umas às outras;
v
Pessoas que se tornam responsáveis umas pelas
outras.
OIKÓS: A FAMÍLIA AMPLIADA
No
Novo Testamento há uma palavra importante: “oikós”. Ela refere-se a um “lar”, uma “família ampliada”. Em todas as partes do mundo, o oikós é uma
parte fundamental da vida para cada pessoa. As pessoas do nosso oikós são as “principais pessoas” em nossas vidas.
Satanás procura destruir a intimidade em cada agrupamento familiar.
A ESTRUTURA DE ISRAEL
1.
Deus ordenou a
Moisés que formasse a estrutura dessa nação em torno de grupos de dez,
cinqüenta, cem e mil.
2.
Esses números
eram de Deus, assim selecionados porque representam o modo como os oikós se
inter-relacionam.
3.
O bloco básico
da construção da vida é o oikós, a “família”,
que possui em média 10 pessoas.
4.
Os oikoses
formam comunidades de cinqüenta. Esses grupos de cinco oikós deveriam ser
supervisionados por uma pessoa.
5.
O próximo
agrupamento deveria ser de “centenas”
(plural). Podemos entender que represente cerca de 200-250 pessoas, assim, mais
uma vez atribuindo um agrupamento de quatro ou cinco comunidades a um
supervisor.
6.
Finalmente,
esses agrupamentos de “centenas”
deviam formar grupos de “milhares”... o último tamanho para a estruturação
do povo de Israel.
Assim era formada a “grande congregação”
Salmo 68:26; “Louvem
a Deus na reunião do seu povo! Louvem ao Deus Eterno todos os descendentes de
Israel!”.
7.
Com uma
estimativa conservadora de 1,5 milhão de israelitas, isto significa que ali
havia 150.000 células, ou oikós. Havia 30.000 grupos de cinqüenta, 6.000
agrupamentos de “centenas” e, de acordo com Êxodo 24:9, setenta anciãos (ou
líderes) que estariam acima dos “milhares”.
A ESTRUTURA DOS DISCÍPULOS
1.
Jesus escolheu
viver em uma comunidade especial de 12 homens. Com Ele era um grupo de 13.
Esta era a Sua “célula”!
2.
As avaliações a
respeito do maior tamanho que uma comunidade pode ter giram em torno de 15
pessoas. É uma questão de intimidade entre as pessoas.
3.
Ultrapassado o
número de 15 pessoas, não há mais a oportunidade de as pessoas
conhecerem-se intimamente.
4.
Portanto, Jesus
escolheu uma comunidade de 12 homens para treiná-los.
5.
Observe que
havia um “subgrupo” de três homens
entre os discípulos: Pedro, Tiago e João.
6.
Entre os 12,
Jesus escolheu estes três para juntarem-se a Ele em ocasiões especiais.
7.
Dentro dos oikós
sempre há relacionamentos especiais que se formam entre os seus membros.
Tiramos proveito disto na vida da célula.
ESTRUTURA DA IGREJA PRIMITIVA
1.
A Igreja nasceu no calvário. Este é o significado da
Ceia do Senhor – é um lembrete do lugar e do preço pago por Cristo para o
nascimento do seu novo povo.
2.
Assim como Jesus foi batizado no rio Jordão para
iniciar o seu ministério público, assim também a Igreja foi batizada no seu
Espírito em Pentecostes para iniciar o seu ministério.
3.
No entanto, um ingrediente precisava estar presente
antes que as línguas de fogo pudessem vir. Eles deviam ter se tornado uma
verdadeira comunidade.
4.
Isso levou 10 dias. Durante este período, 120 pessoas
viviam sem uma agenda em um salão superior. Eles eram a agenda! Eles deviam
tornar-se próximos uns dos outros. Por 10 dias eles se rearranjaram em
subgrupos e passaram a conhecer-se uns aos outros. Finalmente, eles estavam em
comum acordo e a Igreja foi formada.
5.
A primeira coisa que eles fizeram foi dividir-se em
grupo de dez e ir “de casa em casa”.
6.
O que eles fizeram?
v
Eles “repartiam
o pão” – a ceia ágape, incluindo a Ceia do Senhor.
v
Eles “tinham
comunhão” – posteriormente explicado por Paulo como a manifestação dos dons
do Espírito para a edificação de uns aos outros.
v
Eles “oravam”
– constantemente estavam em comunhão com o Cristo que habitava neles, que
sempre estava no meio deles.
v
Para instrução e ensino, eles iam ao templo “para ouvir os apóstolos ensinarem”.
COMO ERA O CRISTIANISMO PRIMITIVO?
É
muito difícil visualizarmos o cristianismo primitivo. Com toda a certeza ele
era muito diferente do cristianismo de hoje. Não havia prédios importantes. Não
havia hierarquia; não havia seminários teológicas; não havia faculdades
cristãs; não havia escola dominical; não havia corais. Apenas grupos pequenos
de crentes... pequenas comunidades. No início não havia nem mesmo um Novo
Testamento. O próprio Novo Testamento não era a causa destas comunidades, mas o
resultado delas. Assim, os primeiros livros do Novo Testamento forma cartas
escritas para essas pequenas comunidades, por causa de suas dificuldades,
perigos e tentações.
Tudo
o que tinham era a comunhão; nada mais; nenhuma posição, nenhum prestígio, sem
honra... Os cristãos primitivos não eram pessoas de posição, mas havia um poder
secreto entre eles, e este poder secreto era resultado do modo pelo qual eram
membros uns dos outros.
A-
A maioria dos
membros da Igreja estão numa posição de receber.
B-
Apenas
freqüentar a Igreja não é suficiente para a edificação deles. Precisa fazer
algo com aquilo que tem recebido.
C-
Cristão maduro é
aquele que tem mudado de uma posição de receber para uma de dar. Como na
dimensão natural, (neném – criança – adulto), existe um paralelo infalível na
dimensão espiritual das nossas vidas.
D-
Jesus teve um
grupo pequeno de doze homens durante três anos. Ele derramou a Sua Vida
neles durante estes três anos.
E-
Quando a Igreja
é composta de pessoas dispostas a dar de si mesmas, haverá multiplicação em vez
de adição.
F- Igrejas centradas nos prédios ou Igrejas centradas
nos lares?
1. Todos os dois têm crescido no mundo inteiro.
2. Características de uma Igreja centrada num
prédio: enfatiza as programações no prédio da Igreja; há uma grande
rotatividade de membros porque falta o compromisso que é edificado pela
intimidade entre os membros e seus líderes; Limitada pelo carisma do Pastor
titular e a qualidade dos programas oferecidos.
3. Características de um Igreja centrada nas
Células: coloca tanta ênfase na reunião da Célula quanto no culto de
celebração; tudo funciona a partir das Células – ensino, discipulado,
evangelismo, etc; a Igreja não é limitada pelo tamanho do prédio – as maiores
Igrejas do mundo são Igrejas centradas nas Células.
4. O ideal é uma Igreja centrada em Células com
reuniões de celebração tão impactantes quanto às Igrejas centradas nos prédios.
Lembrando que a Célula deve ser o centro da visão da Igreja.
I – UM MODELO PURO DE IGREJA EM CÉLULAS:
A-
A perspectiva de
maturidade. Há três estágios distintos que cada ministério passa: infância,
adolescência e adulto ou maturidade. O alvo sempre é chegar à maturidade, mas
antes temos que passar pelos outros estágios de infância e adolescência. Como
podemos garantir que vamos sair dessas fases chegando ao nosso alvo de
maturidade? Temos garantia que não vamos desviar do modelo puro durante o
processo de crescimento?
B-
Segue o modelo. É
imperativo que temos um retrato claro e definido daquilo que queremos ser em
nosso estado final de maturidade. Não podemos apenas esperar que tudo vai sair
bem no final das contas. Precisamos começar com um modelo! Exemplo: um Pastor
disse que ele queria fazer a transição de ser uma Igreja baseada em programas
para uma em Células. Ele decidiu começar com um estilo de “grupos de apoio”. Isto não funciona! O próprio fato de chamar as
Células de “grupos de apoio” derrotou
a visão pura. Devemos começar com um modelo maduro e permanecer com ele. Não
pode iniciar com um conceito de Célula que encaixa bem com seus programas e
esperar que mais tarde o conceito vai mudar. Isto é geneticamente impossível.
Tem que começar com o modelo certo! Precisa mudar de paradigma.
II – QUAIS AS QUALIDADES DE UMA IGREJA
CENTRADA NAS CÉLULAS?
A-
Todo membro um
ministro. Pense em cada membro de sua Igreja sendo um ganhador de almas,
conselheiro e servo.
B-
Todos os
programas sendo repostos pelo ministério nas Células. Uma fé, uma igreja,
um orçamento, uma visão.
C-
Todos os
pastores, secretário, líderes e membros fazendo a mesma coisa. Todo membro
da equipe e todo membro da igreja tendo a mesma tarefa – chama-se “SINERGIA”.
D-
Líderes
levantados e envolvidos em evangelismo e discipulado. Nenhum programa
específico necessário para realizar esses ministérios.
E-
Uma base de liderança sempre crescente que
eventualmente vai colocar células em cada bairro e quarteirão da cidade. E essa
base de liderança está sendo liderada e treinada por pessoas com o mesmo
propósito e visão do pastor titular e sua equipe. Líderes discipulando líderes
num sistema multiplicante de células.
F-
Um modelo
altamente desenvolvido que pode ser reproduzido tantas vezes quanto quiser
até que a cidade esteja literalmente saturada com células. E isto feito num
sistema organizado e prognosticável que ao mesmo tempo permite o livre mover do
Espírito Santo.
1. Precisamos de um sistema prognosticável para
utilizar no máximo possível o povo imprognosticável das nossas igrejas.
(Pessoas com dons, temperamento e criação diferentes.)
2. Cada componente deve ser simples, fácil para
aprender e ter resultados prognosticáveis.
3. Não podemos pedir que as pessoas saiam e
criem suas próprias estruturas para as células e esperar que sejam bem
sucedidas. Devemos integrá-las num sistema funcional. Exemplo: a média de
falência de micro empresas é de 80% comparado com uma média de sucesso de 80%
das lojas franquias com sistemas provados.
4. Também teremos uma média de sucesso de 80%
ou mais usando um sistema provado.
G-
Providencia um
ministério onde é fácil entrar, com treinamento, supervisão e encorajamento, e
você vai envolver a maior parte de sua Igreja. Seria um modelo que a nossa
geração pode usar, e literalmente conquistar o mundo para Jesus.
H-
O produto final
será uma equipe que estará trabalhando mais do que nunca, produzindo mais
do que nunca e guardando tesouros no céu mais do que nunca!
I-
Uma igreja onde
cada membro está operando no dom de Deus que eles têm recebido do Senhor.
1. A maioria das igrejas estão constantemente
procurando “obreiros habilidosos”
enquanto as suas congregações estão cheias de pessoas dotadas por Deus e
dispostas a trabalharem
2. Temos criado um modelo de ministério que
limita a participação para uns poucos “estrelas
brilhantes” em vez de capacitar a maioria para equipar os santos a
desempenhar no serviço do ministério.
3. Temos que ter fé que os dons que o Espírito
Santo tem depositado em cada crente são capazes a levá-los a funcionar efetivamente
no Reino de Deus. 2 Tm 1.6: “Por esta
razão, pois, te admoesto que reavives do dom de Deus, que há em ti pela
imposição das minhas mãos”. Todos têm um dom de Deus. Paulo disse que
devemos, “... reavivar o dom...” . 1
Pe 4:10, “Servi uns aos outros, cada um
conforme o dom que recebeu...”.
III- INIMIGOS DA VISÃO
A- Clericalismo, ou seja, a idéia
que somente pastores ordenados, formados em teologia podem realizar o trabalho
do ministério.
1.
Pode ser cultivado pelos próprios membros da igreja por
uma atitude errada de que o ministério é uma função somente dos pastores.
2.
Pode ser cultivado por uma atitude orgulhosa da parte
dos pastores. Podem pensar serem mais especiais.
3.
Temos que ter cuidado e não permitir que essa atitude
se manifeste nos próprios dirigentes de célula pensando que eles têm uma aura
especial de iluminação que os outros não
têm.
B- A visão de que verdadeiro ministério
somente pode acontecer nos cultos grandes na igreja.
1.
Muito ligado com o Clericalismo. Se for na igreja que
os pastores realizam as suas funções então logicamente seria o lugar mais
ungido.
2.
Precisamos de uma grande concentração de pessoas para
ter uma grande manifestação de poder!
3.
Se a arca de Deus está no templo e o fogo sai do altar,
por que ir a outro lugar?
4.
Mas a verdade é que somos o templo do Espírito Santo e
onde estivermos, lá está a presença de Deus. Na igreja, na casa, no
supermercado, somos pedras vivas sendo edificadas numa habitação de Deus, 1 Pe
2:5.
C- A Tradição
1.
Uma das mais demolidoras armas do diabo contra o mover
de Deus é a tradição humana. Meu pai fez assim, meu avô fez assim e eu vou
fazer também! Mc 7:8, “Negligenciando o
mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens”.
2.
Aquela atitude de sacralizar algo que Deus fez no
passado. A história de Sansão e a queixada de jumento em Jz 15:17.
3.
Deus é um Deus dinâmico. O pior lugar no mundo de estar
é onde Deus estava.
D- O medo de perder o controle
1. Se eu deixar toda essa autoridade nas mãos dos
leigos imagine o que poderia acontecer!
2.
Aquele que nunca se arrisca nunca erra, mas ele nunca
ganha nada também.
3.
Medo é basicamente antifé.
4.
A solução é uma boa supervisão.
E- Transformar os grupos em igrejinhas
1.
Essa é uma tentação comum em alguns líderes de células.
2.
Resiste à multiplicação, aumenta mais bancos, compra
uma caixa de som, um púlpito, retroprojetor para os cânticos e logo passa a ser
uma congregação.
3.
Pode ser que uma célula se torne congregação? Pode sim,
se for essa a visão. Mas a visão do desenvolvimento de células e congregações
deve ser bem definida para que uma não prejudique a outra. Se um grupo
transforma-se em congregação os outros vão querer também.
F- Critérios demasiadamente altos para
se constituir um líder
1.
O líder não precisa ser perfeito, apenas submisso,
ensinável, transparente, tratável e cheio do Espírito.
2.
A estratégia é: Preparar (Escola de Formação de
Líderes), apontar (estabelecer alvos), fogo (o envio à ação).
3.
Confia no Espírito Santo! Ele é o verdadeiro líder.
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