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quarta-feira, 30 de abril de 2014

A TEOLOGIA DA IGREJA EM CÉLULAS


A Igreja em Células é uma Igreja de duas asas:
A Igreja em Células desenvolve-se na celebração do grupo grande e na comunidade de pequenos grupos. As pessoas experimentam:
v  A grandeza de Deus e a intimidade de Deus.

Um movimento espantoso

A Igreja em Atos cap. 2 era capaz de:
v  Vencer a perseguição, penetrar o mundo, preparar os santos, mudar a sociedade, adorar, edificar-se a si mesma e treinar líderes.

Como isso era possível?

v  Vinho especial: A presença de Cristo (Atos 2:17-21; 25-28)
v  Odres especiais: comunidade de grupo grande e grupos pequenos
v  Atos 2:46; 5:42 – “no templo e de casa em casa”
v  Atos 20:20 – “publicamente e de casa em casa”.

Uma parábola da Igreja de duas asas

                Era uma vez uma Igreja criada com duas asas. Uma asa era para a celebração em grandes grupos e a outra era para a comunidade dos grupos pequenos. Utilizando ambas as asas, a Igreja conseguia voar alto e se aproximar da presença de Deus e ainda sobrevoar graciosamente toda a terra, preenchendo o propósito do Criador.
                Um dia, uma enciumada e malvada serpente, que não tinha asa alguma, desafiou a Igreja a voar apenas com a asa do grupo grande. A serpente aplaudiu efusivamente quando a Igreja conseguiu levantar vôo (mesmo que de forma desajeitada) e ele a convenceu de que, com muito exercício, ela conseguiria voar utilizando apenas uma asa. (Isto aconteceu durante o reinado de Constantino, 300 anos depois de o Criador ter usado a Igreja de duas asas para frustrar os planos da serpente malvada que não tinha asas.)
                A asa do grupo pequeno se tornou cada vez mais fraca, por falta de exercício, até atrofiar e tornar-se um apêndice sem vida e sem utilidade, ao lado da asa exagerada do grupo grande. A Igreja de duas asas que havia planado nas maiores alturas, tornou-se agora uma Igreja de uma asa, um pouco melhor do que a serpente que não tinha asa alguma.
                O Criador da Igreja ficou muito triste. Ele sabia que o projeto de duas asas permitia que a Igreja voasse aos Céus, até à Sua presença e obedecesse aos Seus comandos na terra. Agora, com apenas uma asa, a Igreja tinha que fazer um esforço extra para conseguir levantar vôo. Mesmo dando um jeito de permanecer alada, ela tendia a voar em círculos não muito longe do seu ponto de partida. Gastando mais e mais tempo na segurança e no conforto da sua gaiola, ela ficou gorda, preguiçosa e satisfeita com sua vidinha terrena.
                De vez em quando, a Igreja lembrava que já havia voado com duas asas e sonhava com a possibilidade de fazê-lo novamente. Mas agora a poderosa asa do grupo grande se tornou tão dominante que não aceitava nenhum tipo de auxílio da parte mais fraca. Era tarde demais. O Criador finalmente construiu uma nova Igreja de duas asas. Ele tinha, outra vez, uma Igreja que podia voar até Sua presença e sobrevoar a terra cumprindo os Seus propósitos (Bill Bechmam).

TEOLOGIA BÍBLICA PARA UMA IGREJA  EM CÉLULAS

Uma Igreja em células está baseada no fato de que Deus nos moldou para viver em comunidade.
Definição de comunidade: “Vida em parceria com outros”.
v  Pessoas que prestam contas umas às outras;
v  Pessoas que se tornam responsáveis umas pelas outras.

OIKÓS: A FAMÍLIA AMPLIADA

                No Novo Testamento há uma palavra importante: “oikós”. Ela refere-se a um “lar”, uma “família ampliada”. Em todas as partes do mundo, o oikós é uma parte fundamental da vida para cada pessoa. As pessoas do nosso oikós são as “principais pessoas” em nossas vidas. Satanás procura destruir a intimidade em cada agrupamento familiar.

A ESTRUTURA DE ISRAEL

1.       Deus ordenou a Moisés que formasse a estrutura dessa nação em torno de grupos de dez, cinqüenta, cem e mil.
2.       Esses números eram de Deus, assim selecionados porque representam o modo como os oikós se inter-relacionam.
3.       O bloco básico da construção da vida é o oikós, a “família”, que possui em média 10 pessoas.
4.       Os oikoses formam comunidades de cinqüenta. Esses grupos de cinco oikós deveriam ser supervisionados por uma pessoa.
5.       O próximo agrupamento deveria ser de “centenas” (plural). Podemos entender que represente cerca de 200-250 pessoas, assim, mais uma vez atribuindo um agrupamento de quatro ou cinco comunidades a um supervisor.
6.       Finalmente, esses agrupamentos de “centenas” deviam formar grupos de “milhares”... o último tamanho para a estruturação do povo de Israel.
Assim era formada a “grande congregação”
Salmo 68:26; “Louvem a Deus na reunião do seu povo! Louvem ao Deus Eterno todos os descendentes de Israel!”.

7.       Com uma estimativa conservadora de 1,5 milhão de israelitas, isto significa que ali havia 150.000 células, ou oikós. Havia 30.000 grupos de cinqüenta, 6.000 agrupamentos de “centenas” e, de acordo com Êxodo 24:9, setenta anciãos (ou líderes) que estariam acima dos “milhares”.

A ESTRUTURA DOS DISCÍPULOS

1.       Jesus escolheu viver em uma comunidade especial de 12 homens. Com Ele era um grupo de 13. Esta era a Sua “célula”!
2.       As avaliações a respeito do maior tamanho que uma comunidade pode ter giram em torno de 15 pessoas. É uma questão de intimidade entre as pessoas.
3.       Ultrapassado o número de 15 pessoas, não há mais a oportunidade de as pessoas conhecerem-se intimamente.
4.       Portanto, Jesus escolheu uma comunidade de 12 homens para treiná-los.
5.       Observe que havia um “subgrupo” de três homens entre os discípulos: Pedro, Tiago e João.
6.       Entre os 12, Jesus escolheu estes três para juntarem-se a Ele em ocasiões especiais.
7.       Dentro dos oikós sempre há relacionamentos especiais que se formam entre os seus membros. Tiramos proveito disto na vida da célula.

ESTRUTURA DA IGREJA PRIMITIVA

1.       A Igreja nasceu no calvário. Este é o significado da Ceia do Senhor – é um lembrete do lugar e do preço pago por Cristo para o nascimento do seu novo povo.
2.       Assim como Jesus foi batizado no rio Jordão para iniciar o seu ministério público, assim também a Igreja foi batizada no seu Espírito em Pentecostes para iniciar o seu ministério.
3.       No entanto, um ingrediente precisava estar presente antes que as línguas de fogo pudessem vir. Eles deviam ter se tornado uma verdadeira comunidade.
4.       Isso levou 10 dias. Durante este período, 120 pessoas viviam sem uma agenda em um salão superior. Eles eram a agenda! Eles deviam tornar-se próximos uns dos outros. Por 10 dias eles se rearranjaram em subgrupos e passaram a conhecer-se uns aos outros. Finalmente, eles estavam em comum acordo e a Igreja foi formada.
5.       A primeira coisa que eles fizeram foi dividir-se em grupo de dez e ir “de casa em casa”.
6.       O que eles fizeram?
v Eles “repartiam o pão” – a ceia ágape, incluindo a Ceia do Senhor.
v Eles “tinham comunhão” – posteriormente explicado por Paulo como a manifestação dos dons do Espírito para a edificação de uns aos outros.
v Eles “oravam” – constantemente estavam em comunhão com o Cristo que habitava neles, que sempre estava no meio deles.
v Para instrução e ensino, eles iam ao templo “para ouvir os apóstolos ensinarem”.

COMO ERA O CRISTIANISMO PRIMITIVO?

                É muito difícil visualizarmos o cristianismo primitivo. Com toda a certeza ele era muito diferente do cristianismo de hoje. Não havia prédios importantes. Não havia hierarquia; não havia seminários teológicas; não havia faculdades cristãs; não havia escola dominical; não havia corais. Apenas grupos pequenos de crentes... pequenas comunidades. No início não havia nem mesmo um Novo Testamento. O próprio Novo Testamento não era a causa destas comunidades, mas o resultado delas. Assim, os primeiros livros do Novo Testamento forma cartas escritas para essas pequenas comunidades, por causa de suas dificuldades, perigos e tentações.
                Tudo o que tinham era a comunhão; nada mais; nenhuma posição, nenhum prestígio, sem honra... Os cristãos primitivos não eram pessoas de posição, mas havia um poder secreto entre eles, e este poder secreto era resultado do modo pelo qual eram membros uns dos outros.

A-      A maioria dos membros da Igreja estão numa posição de receber.
B-      Apenas freqüentar a Igreja não é suficiente para a edificação deles. Precisa fazer algo com aquilo que tem recebido.
C-      Cristão maduro é aquele que tem mudado de uma posição de receber para uma de dar. Como na dimensão natural, (neném – criança – adulto), existe um paralelo infalível na dimensão espiritual das nossas vidas.
D-      Jesus teve um grupo pequeno de doze homens durante três anos. Ele derramou a Sua Vida neles durante estes três anos.
E-      Quando a Igreja é composta de pessoas dispostas a dar de si mesmas, haverá multiplicação em vez de adição.
F-       Igrejas centradas nos prédios ou Igrejas centradas nos lares?
1.     Todos os dois têm crescido no mundo inteiro.
2.     Características de uma Igreja centrada num prédio: enfatiza as programações no prédio da Igreja; há uma grande rotatividade de membros porque falta o compromisso que é edificado pela intimidade entre os membros e seus líderes; Limitada pelo carisma do Pastor titular e a qualidade dos programas oferecidos.
3.     Características de um Igreja centrada nas Células: coloca tanta ênfase na reunião da Célula quanto no culto de celebração; tudo funciona a partir das Células – ensino, discipulado, evangelismo, etc; a Igreja não é limitada pelo tamanho do prédio – as maiores Igrejas do mundo são Igrejas centradas nas Células.
4.     O ideal é uma Igreja centrada em Células com reuniões de celebração tão impactantes quanto às Igrejas centradas nos prédios. Lembrando que a Célula deve ser o centro da visão da Igreja.

I – UM MODELO PURO DE IGREJA EM CÉLULAS:
A-      A perspectiva de maturidade. Há três estágios distintos que cada ministério passa: infância, adolescência e adulto ou maturidade. O alvo sempre é chegar à maturidade, mas antes temos que passar pelos outros estágios de infância e adolescência. Como podemos garantir que vamos sair dessas fases chegando ao nosso alvo de maturidade? Temos garantia que não vamos desviar do modelo puro durante o processo de crescimento?
B-      Segue o modelo. É imperativo que temos um retrato claro e definido daquilo que queremos ser em nosso estado final de maturidade. Não podemos apenas esperar que tudo vai sair bem no final das contas. Precisamos começar com um modelo! Exemplo: um Pastor disse que ele queria fazer a transição de ser uma Igreja baseada em programas para uma em Células. Ele decidiu começar com um estilo de “grupos de apoio”. Isto não funciona! O próprio fato de chamar as Células de “grupos de apoio” derrotou a visão pura. Devemos começar com um modelo maduro e permanecer com ele. Não pode iniciar com um conceito de Célula que encaixa bem com seus programas e esperar que mais tarde o conceito vai mudar. Isto é geneticamente impossível. Tem que começar com o modelo certo! Precisa mudar de paradigma.

II – QUAIS AS QUALIDADES DE UMA IGREJA CENTRADA NAS CÉLULAS?
A-      Todo membro um ministro. Pense em cada membro de sua Igreja sendo um ganhador de almas, conselheiro e servo.
B-      Todos os programas sendo repostos pelo ministério nas Células. Uma fé, uma igreja, um orçamento, uma visão.
C-      Todos os pastores, secretário, líderes e membros fazendo a mesma coisa. Todo membro da equipe e todo membro da igreja tendo a mesma tarefa – chama-se “SINERGIA”.
D-      Líderes levantados e envolvidos em evangelismo e discipulado. Nenhum programa específico necessário para realizar esses ministérios.
E-       Uma base de liderança sempre crescente que eventualmente vai colocar células em cada bairro e quarteirão da cidade. E essa base de liderança está sendo liderada e treinada por pessoas com o mesmo propósito e visão do pastor titular e sua equipe. Líderes discipulando líderes num sistema multiplicante de células.
F-       Um modelo altamente desenvolvido que pode ser reproduzido tantas vezes quanto quiser até que a cidade esteja literalmente saturada com células. E isto feito num sistema organizado e prognosticável que ao mesmo tempo permite o livre mover do Espírito Santo.
1.     Precisamos de um sistema prognosticável para utilizar no máximo possível o povo imprognosticável das nossas igrejas. (Pessoas com dons, temperamento e criação diferentes.)
2.     Cada componente deve ser simples, fácil para aprender e ter resultados prognosticáveis.
3.     Não podemos pedir que as pessoas saiam e criem suas próprias estruturas para as células e esperar que sejam bem sucedidas. Devemos integrá-las num sistema funcional. Exemplo: a média de falência de micro empresas é de 80% comparado com uma média de sucesso de 80% das lojas franquias com sistemas provados.
4.     Também teremos uma média de sucesso de 80% ou mais usando um sistema provado.
G-      Providencia um ministério onde é fácil entrar, com treinamento, supervisão e encorajamento, e você vai envolver a maior parte de sua Igreja. Seria um modelo que a nossa geração pode usar, e literalmente conquistar o mundo para Jesus.
H-     O produto final será uma equipe que estará trabalhando mais do que nunca, produzindo mais do que nunca e guardando tesouros no céu mais do que nunca!
I-     Uma igreja onde cada membro está operando no dom de Deus que eles têm recebido do Senhor.
1.     A maioria das igrejas estão constantemente procurando “obreiros habilidosos” enquanto as suas congregações estão cheias de pessoas dotadas por Deus e dispostas a trabalharem
2.     Temos criado um modelo de ministério que limita a participação para uns poucos “estrelas brilhantes” em vez de capacitar a maioria para equipar os santos a desempenhar no serviço do ministério.
3.     Temos que ter fé que os dons que o Espírito Santo tem depositado em cada crente são capazes a levá-los a funcionar efetivamente no Reino de Deus. 2 Tm 1.6: “Por esta razão, pois, te admoesto que reavives do dom de Deus, que há em ti pela imposição das minhas mãos”. Todos têm um dom de Deus. Paulo disse que devemos, “... reavivar o dom...” . 1 Pe 4:10, “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu...”.

III- INIMIGOS DA VISÃO
A-      Clericalismo, ou seja, a idéia que somente pastores ordenados, formados em teologia podem realizar o trabalho do ministério.
1.     Pode ser cultivado pelos próprios membros da igreja por uma atitude errada de que o ministério é uma função somente dos pastores.
2.     Pode ser cultivado por uma atitude orgulhosa da parte dos pastores. Podem pensar serem mais especiais.
3.     Temos que ter cuidado e não permitir que essa atitude se manifeste nos próprios dirigentes de célula pensando que eles têm uma aura especial de  iluminação que os outros não têm.
B-      A visão de que verdadeiro ministério somente pode acontecer nos cultos grandes na igreja.
1.     Muito ligado com o Clericalismo. Se for na igreja que os pastores realizam as suas funções então logicamente seria o lugar mais ungido.
2.     Precisamos de uma grande concentração de pessoas para ter uma grande manifestação de poder!
3.     Se a arca de Deus está no templo e o fogo sai do altar, por que ir a outro lugar?
4.     Mas a verdade é que somos o templo do Espírito Santo e onde estivermos, lá está a presença de Deus. Na igreja, na casa, no supermercado, somos pedras vivas sendo edificadas numa habitação de Deus, 1 Pe 2:5.
C-      A Tradição
1.     Uma das mais demolidoras armas do diabo contra o mover de Deus é a tradição humana. Meu pai fez assim, meu avô fez assim e eu vou fazer também! Mc 7:8, “Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens”.
2.     Aquela atitude de sacralizar algo que Deus fez no passado. A história de Sansão e a queixada de jumento em Jz 15:17.
3.     Deus é um Deus dinâmico. O pior lugar no mundo de estar é onde Deus estava.
D- O medo de perder o controle
1.     Se eu deixar toda essa autoridade nas mãos dos leigos imagine o que poderia acontecer!
2.     Aquele que nunca se arrisca nunca erra, mas ele nunca ganha nada também.
3.     Medo é basicamente antifé.
4.     A solução é uma boa supervisão.
E- Transformar os grupos em igrejinhas
1.     Essa é uma tentação comum em alguns líderes de células.
2.     Resiste à multiplicação, aumenta mais bancos, compra uma caixa de som, um púlpito, retroprojetor para os cânticos e logo passa a ser uma congregação.
3.     Pode ser que uma célula se torne congregação? Pode sim, se for essa a visão. Mas a visão do desenvolvimento de células e congregações deve ser bem definida para que uma não prejudique a outra. Se um grupo transforma-se em congregação os outros vão querer também.
F- Critérios demasiadamente altos para se constituir um líder
1.     O líder não precisa ser perfeito, apenas submisso, ensinável, transparente, tratável e cheio do Espírito.
2.     A estratégia é: Preparar (Escola de Formação de Líderes), apontar (estabelecer alvos), fogo (o envio à ação).

3.     Confia no Espírito Santo! Ele é o verdadeiro líder.

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